Margarida Velloso
2ª e 4ª feira (horário à combinar)
ENTREVISTA
Margarida
Maria VellosoCRFª 4226RJ
1-
Margarida, o que inspira seu trabalho?
Em alguns momentos trabalhei com adultos e
jovens. Lecionei em Faculdades de Pedagogia. Hoje, no meu trabalho, é
necessário também estar em contato constante com adultos, que são os
profissionais que lidam com as mesmas crianças que eu.
O meu primeiro trabalho foi numa escola
particular, dirigida por freiras, da Ordem das Sacramentinas. Foi no Instituto
São José. Eu tinha dezoito anos e foi-me oferecida uma turma de primeira série,
crianças alfabetizadas, com idade de sete anos. Com elas iniciei a minha vida
profissional.
2-
Que experiências/ vivências você tinha antes de ingressar nessa
escola?
Gostava de alfabetizar as empregadas lá de
casa. Às vezes dava certo. Ajudei minhas quatro irmãs, mais novas, nos deveres.
Estudava com elas e ouvi minha mãe alfabetizá-las; inclusive eu, fui alfabetizada
por ela. Pratiquei também, na Escola de Aplicação do colégio onde fiz o curso
Pedagógico. Foi no Colégio Pio XI. O diretor construiu uma escola para prática
das alunas. Foi aí que comecei a constatar o quanto eu gostava desse trabalho.
A inexperiência me fez muito atenta e
dedicada. Amava o que fazia.Experimentei a descoberta: a mais simples, vale até hoje! O prazer de aprender, o prazer de aprender brincando, aproveitar a curiosidade no momento que surge e o brincar!
Esquecer, impossível! Eu andava de patins
com os meus alunos na hora do recreio e da aula de Educação Física, que eu mesma
dava. Cada criança levava os seus patins, e eu os meus.
Freiras, diretora, coordenadora e pais
acabaram gostando.No início desconfiaram. Temiam que as crianças tivessem falhas de conteúdo. Tudo de bom acabou acontecendo sem essa falta. Deu certo e eu consegui aproveitar a liberdade que me foi dada.
No fim do ano houve um abaixo-assinado
feito pelos pais: pediram que eu seguisse a turma. E assim foi.
3-
Quando você escolheu a Fonoaudiologia?
Passados dez anos ficou claro para mim e foi observado nas
escolas; eu tinha um olhar cuidadoso e facilitador para com as crianças que
apresentavam qualquer tipo de dificuldade, principalmente na área da
comunicação.
Daí em diante , comecei a pensar em me aperfeiçoar e em ter um
trabalho mais específico. Pesquisei e
escolhi a fonoaudiologia.
Concluí a faculdade e iniciei a nova profissão: Fonoaudióloga.
Logo que me formei, profissionais das escolas em que eu havia trabalhado me
encaminharam crianças. Levei a minha matrícula de professora do estado para a Sociedade
Pestalozzi de Niterói, onde passei a exercer
a profissão atendendo à crianças carentes e portadoras de diversas
patologias. Lá deixei alguns trabalhos que foram publicados. Trabalhei na
equipe do SUS (no atendimento à comunidade) durante 12 anos.
Hoje trabalho no meu espaço profissional particular, e também no
ESPAÇO CORPORAL VANIA MACIEL. É lá que gosto de trabalhar.
Cheguei ao espaço de Vania num momento especialmente difícil, em
busca de tratamento e de ajuda, devido a uma cirurgia de coluna mal sucedida.
Senti-me acolhida e confiante em relação ao tratamento que me foi dado: físico, psicológico e espiritual. Acabei por sublocar
uma sala para atender meus pacientes da Região Oceânica.
Entre nós cresceu uma grande amizade que se estende para além do
ESPAÇO.
Serei eternamente grata à Vania, por tantos ganhos que obtive como sua aluna e sua
paciente. Ganhei, e continuo ganhando, consciência corporal; fundamental para
mim e para meu trabalho com crianças e adolescentes.
Descobri a importância de falar com as crianças e repetir para
os pais: temos uma vida inteira para
aprender, e que, para aprender realmente, temos que ERRAR”. Assim,o medo de
errar é descontruído.
O ESPAÇO oferece várias terapias além do alto astral e da
dedicação dos que nele trabalham. Agradeço aos que trataram de mim, a Tania e a
Daisy sempre tão presentes nesses 12 anos.
Crianças e pais sentem-se acolhidos e podem desfrutar de um
ambiente tranquilo, com música relaxante e bons livros para consultas, à
disposição.
4-
E atualmente, como está o seu trabalho?
Outra coisa importante: pais, escolas e outros profissionais que
possa a criança ter, precisam se comunicar. Pais precisam de encontros e de
orientação assim como a escola e eu precisamos dessa troca.
Margarida Velloso
Não é mais possível praticar
a fonoaudiologia com base na especialização que supõe apenas as competências
tecnocientíficas: outras áreas são complementares e, para mim, indispensáveis,
como a psicologia, a arte, a literatura e outras mais. Trabalho com a expressão
da criança e o ponto de partida, no caso de dificuldade na expressão verbal,
tem sido o seu imaginário. É importante que ela externalize o que tem em sua
alma para que possa internalizar qualquer tipo de conteúdo que venha de fora.
Para isso, tenho buscado formas de trabalhar que sejam prazerosas e facilitadoras do processo de cada uma.
Para isso, tenho buscado formas de trabalhar que sejam prazerosas e facilitadoras do processo de cada uma.
Margarida Maria Velloso
CRFa 4226RJ
Atendimento individual ou em pequenos grupos
CRFa 4226RJ
Atendimento individual ou em pequenos grupos
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