O CORPO FALA
Thérèse Bertherat
é fisioterapeuta; criou e implantou a antiginástica nos meados dos anos setenta
em Paris.
Seu primeiro livro, O
corpo tem suas razões, auto-cura e antiginástica, publicado pelas Editions
du Seuil em 1976, vendeu mais de um milhão de exemplares no mundo inteiro.
Suscitou um grande interesse junto ao público, assim como aos membros de
deferentes profissões: fisioterapeutas, parteiras, professores de educação
física, trinadores esportivos, psicólogos, educadores.
SÓ EXISTEM LORDOSES
Em 1947, a fisioterapeuta francesa Françoise Mézières notou em pacientes com queixas posturais que toda correção realizada na coluna dorsal, nos ombros ou nos membros inferiores levava a um aumento da lordose lombar ou da lordose cervical.
Observou que, quando tentava corrigir a nuca e os ombros,
por exemplo, o tórax ficava bloqueado, com as costelas suspensas, por causa dos
músculos da inspiração encurtados – o pescoço encolhido rebocava os outros
músculos. Compreendendo, então, que a rigidez muscular poderia levar os
diferentes segmentos do corpo a perderem sua autonomia em relação aos níveis
vizinhos, Mézières elaborou alguns princípios, dentre os quais “só existem
lordoses, a lordose é uma necessidade”.
É importante entender que a Lordose – em forma de L – é
uma rigidez necessária para manter o corpo humano em pé. O problema é o
exagero, quando se repete sempre o mesmo gesto, levando ao vício postural.
Neste caso temos uma hiperlordose.
NOSSO CORPO É MOVIMENTO
Por que os músculos ficam rígidos?
Philippe Souchard,
estudioso do movimento, acredita que os músculos que nos sustentam em pé ou
sentados contra a força da gravidade –os chamados músculos antigravitários
ficam enrijecidos, encurtados pelo uso constante. Eles são responsáveis pela pouca
mobilidade indispensável à coluna vertebral. Por exemplo: os ossos da bacia –
íleos e sacro – são os pontos de partida dos músculos das costas que sustentam
a coluna vertebral (os espinhais).
A região lombo-sacra é montada pela ação conjunta dos
músculos espinhais, diafragma e íleo-psoas, formando uma lordose, aquele
fundinho, como se fosse um pires (figura 1).
A bacia pode estar mais horizontal, como é o caso do
bumbum saliente (figura 2 a), por influência dos músculos espinhais e
psoasilíacos quando se enrijecem juntos; ou mais vertical, o bumbum chapado,
pelo freio dos músculos da pelve e isquiotibiais(figura 2 b).
Texto do Livro Mariana Huet – 25 anos de cuidados
posturais – Rio de Janeiro, outubro de 2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário